quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

QQrónica

Ainda me lembro: o céu era negro. Lá fora o vento uivava, na paisagem desolada daquela que outrora tinha sido uma clareira bela, e uma das mais pacíficas aldeias da Aliança. Lá ao ao fundo, telhados das casas espreitavam por entre os arbustos sombrios.

Antes um bosque tranquilo, agora um matagal abandonado, com todo o tipo de perigos: criaturas que mais parecem morcegos vampíricos; animais que são um cruzamento entre cão, lobo e esponja velha; humanos de armadura e bigode; aranhas que não cabem em nenhuma racha duma casa velha... E no meio das criaturas que parecem morcegos e dos animais que são um cruzamento entre cães e lobos, lembro-me de lá ver um indivíduo escanzelado, de bastão em punho a dar traulitadas nas cabeçorras dos pobres animais. O seu nome, que se podia ler, flutuando pouco acima da sua cabeça: A-N-T-I-C-O-R-P-O.

Yap, nunca me esqueci da primeira vez que pus os pésitos na relva fria (acho eu que estava fria) de Tirisfal Glades, de quando criei um guerreiro num mundo virtual, acompanhado por um padre, meu irmão.

Na altura era tudo diferente ("no meu tempo..."): não havia nenhuma raça em que as fémeas e os machos partilhassem o mesmo modelo, nem nenhuma raça com tentáculos na cara. Na altura, e da minha equipa éramos só cinco: os Mortos-Vivos (com problemas de coluna e anorexia), os Orcos (gordos e verdes, todos eles com cara de quem apanhou uma indegestão), os Trolls (também com problemas de coluna, mas de maneira diferente) e os Taurens (BIFE LOLOLOL).

Na altura não tinha eu guild, ainda não fazia parte de nenhum Portvcale, de nenhum Opps I did it again, nem Pânico Coordenado.

No meu tempo, as raides eram de 40 marmanjos juntos a baterem em Senhores do Fogo para apanharem peças de equipamento que davam +13 stamina, ou +10 intelect. Evoluímos bastante: agora somos 10 a refilar por um palito que dá mais de strenght, que é mais 8 que o palito que antes usávamos para tirar aquele resto de tornedó que ficou preso no raio do dente.

Dantes para se chegar longe era preciso ser-se um bom jogador. Hoje é preciso ter-se um bom grupo - graças a Deus mudaram isto, senão nunca mais chegaria longe neste raio de jogo.

Sou do tempo da abertura do Portal Negro, dos buffs aos paladinos, da invasão (invasões: estive lá nas duas, a apanhar porrada) da Escorja, e de terem arrancado uma cidade inteira do chão das montanhas de Alterac (com algum esforço, cálculo. Porém tiveram a lata de nem sequer tapar a cratera que deixaram para trás, assobiando e esperando que ninguém notasse). Estive lá na criação dos "Pânico", na entrada do Garrok, Joswin, Sardão e Tempestade... Não me lembro de mais ninguém relevante (se me esqueci de ti, fajofavor de desculpar).

Afinal sou dos poucos que se manteve junto dos portugueses que transitaram de expansão em expansão, unidos pelo mais forte que pode haver num mundo virtual: o acaso.

Olá eu sou o Poeira, e isto foi uma introdução às minhas QQRÓNICAS . Vê-mo-nos por aí.

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